Em um revés para o governo Lula, o líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), anunciou nesta terça-feira o afastamento da bancada da base aliada. A decisão, formalizada após uma reunião tensa, marca uma nova postura do partido em relação ao governo federal. “Estamos nos colocando em independência”, declarou Heringer em coletiva.
A gota d’água para o PDT, segundo Heringer, foi a recente crise envolvendo o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, e as investigações sobre fraudes no INSS. O partido condiciona apoio a uma CPI sobre o caso à ampliação do escopo das investigações para 2019, incluindo governos anteriores e a Polícia Federal. A exigência demonstra um tom crítico em relação à condução das investigações.
Embora Heringer tenha negado intenção de se juntar à oposição, ele enfatizou que o partido buscará o que for melhor para o país e os estados. A nova postura de independência implica uma maior liberdade de voto para a bancada em temas importantes para o governo. “Em casos de divergência, é mais fácil dizer que a bancada está liberada para votar como quiser”, ponderou o líder.
Heringer indicou que o governo Lula não tem oferecido a reciprocidade e o respeito que o PDT julga merecer. Apesar do rompimento, o líder não descartou um possível retorno à base aliada no futuro, dependendo das atitudes do governo. “As atitudes do governo vão dizer se a gente pode voltar, não há uma condição”, afirmou. O partido se posiciona como uma alternativa à polarização política e mira as eleições de 2026.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, declarou respeitar a decisão do PDT e assegurou que o diálogo com o partido será mantido. “Respeitamos o posicionamento da bancada e seguimos dialogando com o PDT, contando com o apoio do partido nas matérias de interesse do país”, afirmou em nota.
Fonte: http://agoranoticiasbrasil.com.br
